quinta-feira, 29 de novembro de 2012

“O DESEJO TRISTE DE VOLTAR”: AMOR E SAUDADE NA CANÇÃO BRASILEIRA (1927 – 2010).


“O DESEJO TRISTE DE VOLTAR”: AMOR E SAUDADE NA CANÇÃO BRASILEIRA (1927 – 2010).


Adriano Roberto Afonso do Nascimento
Aline Souza Martins
Ana Beraldo de Carvalho
Bárbara Gonçalves Mendes
Gregório Ribeiro de Miranda
Nicole Corte Lagazzi




A investigação aqui apresentada teve como objetivo explorar o modo como a saudade amorosa é retratada no cancioneiro do nosso país, buscando identificar quais foram as nossas referências mais estáveis para a veiculação desse objeto/sentimento ao longo dos últimos 80 anos. Com esse objetivo, foram submetidas ao software ALCESTE 934 letras de canções brasileiras compostas e/ou gravadas entre 1927-2010. Como resultado desse procedimento, obtivemos as seguintes classes: “Não tem jeito de esquecer você”; “Sofrer, chorar”; “Canto triste” e “Enchendo de trevas a natureza”. Procuramos discutir o conjunto desses resultados a partir de 03 pontos: o caráter impositivo da lembrança do ser amado, a agudeza do sofrimento do saudoso e o transbordamento do sentimento saudoso do sujeito para o ambiente.
Palavras-chave: saudade; amor; memória social; música popular brasileira.

Trabalho completo em: 

http://www.jirs2011.com.br/jirs2011/ers2012/ERS2012Volume1COMPLETO.pdf

"Nessa interface cotidiano/produção cultural, o Romantismo, outra importante referência para as nossas formas de dizer/sentir/praticar o amor,  a partir do  final do Século XVIII, na esteira de uma crescente valorização da  intimidade/individualidade, passa a ditar as regras do que poderia ser denominada como uma sensibilidade romântica (LEITE, 2007; D’INCAO, 1989). Fundamental para essa sensibilidade é, sem dúvida, a exacerbação de um certo tom nostálgico a matizar os homens e a natureza que os cerca. Especificamente para nós, brasileiros, é a saudade reconhecida como sentimento a partir do qual se poderia ler o mundo. Talvez devêssemos mesmo dizer que ela passa definitivamente a ser reconhecida de forma “oficial” como componente entre nós no que Vincent-Buffault (1988) denomina, a partir de outro contexto, “código de comunicação sensível” (p. 32)."

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