Aula
Christian Dunker 17.05.2012 - usp
Referências:
1999 –
Miller. A clínica borromeana in A psicose ordinária. Paidos.
2003 – Soler, C. A querela dos diagnósticos. Letra viva.
2003 – Melman, C. O homem sem gravidade com... de Freud.
2008 – Lebru, J. P. A perversão comum. Companhia de Freud.
2002 – V. Viveiro de castro. A inconstância da alma
selvagem.
Psicopatologia:
a)
Antropologia – cadeia significante
b)
Histérica – Nó borromeano – junção de três toros
a)
Antropologia
Estrutura clínica

b)
Histeria
Clínica Borromeana.

Miller - Psicose ordinária (neopsicoses)
Compensada, não desencadeada, medicada, evoluída,
sinthomatizada (sinthoma: atividade ou estado de um, estrutura rsi, em oposição
ao sintoma: formação de compromisso, estrutura de metáfora).
Na nova diagnóstica, introduzida por Miller no texto A
clínica Borromeana em A psicose ordinária (1999), a diferença está na articulação
RSI e o um, o generalizável, o comum é a estrutura antropológica.

A psicose entra como mais um arranjo do nó borrameano, como
o geral. O particular seria como cada ser humano viveria seu nó e seu sinthoma,
daí viria o particular.
Colete Soler
O que seria o sinthoma em relação ao sintoma?
Lacan analisa 3 psicoses: de Schreber, do RSI, e a psicose
lacaniana. Daí Lacan conclui que o RSI está para Lacan assim como o realidade
simbólica está para Freud.
Tanto Soler quanto Miller enfraquecem o eixo natureza e
cultura e fortificando a diferença indivíduo social.
·
Existe uma hierarquização de registro no modelo
antropológico (SIR), que trás a significação pelo modelo fálico.
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No modelo borromeano existe uma autonomia dos
registros, o simbólico é descasado do imaginário e do real.

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O Real é inacessível.
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O Real do ultimo Lacan é ligada a biologia:
experiências do corpo, gozozas, vivente, habita o corpo. Muda o foco do sujeito
falado, sem corpo para o sujeito de corpo.
·
Lacan volta a falar de Natureza (começou no estádio
do espelho).
Charles Melman- O
homem sem gravidade
Pontos apontados na entrevista das mudanças do
contemporâneo:
·
Cultura feminilizada
·
Criança generalizada
·
Todos vitimas
·
Irresponsáveis com relação ao gozo
·
Aditivos: dependendo de álcool, tabaco
·
Matriarcais
·
Excessos: ultrapassagem de limites
·
Histero-paranóia: novo tipo de compleição da
histeria (passividade, loucura, polo da natureza), ligada a agressividade.
O Outro mudou, então ou suspende-se a teoria anterior ou o
objeto que é diferente.
Christian Dunker
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Existem 4 modelos de razão diagnóstica dentro do
Lacan: Estruturas clínicas, 3 registros, teoria dos 4 discursos e t da
sexualidade.
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Não se deve hierarquizar os modelos.
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A psicanálise herdou junto com a antropologia
cultural o totemismo. A diferença com a alteridade é marcada pela diferença
entre o eu e o outro, existe só uma natureza e várias culturas, um real e
várias culturas.
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Quando discutimos a incidência do nome-do-pai
estamos discutindo o totemismo, se ele nos explica ou não.
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Xamã = psicanalista (como aquele que vai introduzir
o mito e o rito de onde vem a lei)
Eduardo Viveiro de Castro
(leitor de Deleuze)
Vai estudar os araweté, da Amazônia. Grupo onde o totemismo
não regia as relações.
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No
sistema totêmico existe o sacrifício e canibalismo que produzem uma metáfora que
gera simbolização.
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No animismo só existe uma perspectiva que é a do
homem que vê todo o resto, a perspectiva é constante e os objetos variam. O que
há é a perspectiva. Só existe uma cultura e várias naturezas.
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PERSPECTIVISMO: Só uma perspectiva. É um anti-humanismo.
O humano comporta o inumano (animais, monstros...)
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Há uma perspectiva que é a do humano e
diferentes naturezas, multinaturezas, várias e inapreensíveis.
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Real para
Lacan (inapreensível) é o multinaturalismo.
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No encontro eu preciso calcular diante de quem
eu estou e quem eu sou. A identidade não é determinada.
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Encontro na mata, no Lacan esse encontro parece
no seminário da angústia na história do Louva-deus.
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No perspectivismo se evita alguns pronomes como
EU, pois só existe o eu em relação ao outro.
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Existe uma leitura deficitarista da desordem,
considera tudo o que está fora da ordem como desordem e não uma nova ordem.
Psicólogo- xamã
Xamã horizontal: aumentar o nós e
isolar o diferente
Xamã vertical: valoriza os
valores, retorno a essência do eu.
Xamã transversal: ver por baixo
das vestimentas, mutante, fala várias línguas que pode equalizar diferentes
perspectivas tendo em vista uma finalidade prática. Precisa viver uma
indeterminação. Ele mata um inimigo e revive o lugar de quem ele matou e é
tratado pela sociedade como inimigo, depois ele pode virar um xamã.
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Xamã é indeterminado como o curinga.
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Para os arawétes a regra é a quarta posição, de
virada (Fa – 1 y). è uma cultura de dupla torção.
